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GALÁXIAS

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Terceira criação da Polifônica Cia., “GALÁXIAS” estreou em 8 de novembro de 2018 no Sesc Copacabana. Criado a partir da obra do escritor argentino J.P. Zooey, o espetáculo tem direção e dramaturgia de Luiz Felipe Reis, e codireção de Fernanda Bond.

 

O trabalho parte de indagações em torno do enigma da existência humana na Terra com o objetivo de refletir sobre os impactos das ações humanas no planeta, sobre as atuais condições de existência e sobre possíveis modos de existir no futuro.

"Tanto para Stanley Kubrick, em '2001: Uma odisseia no espaço', como para Luiz Felipe Reis, em 'Galáxias I', parece urgente compreender como o progresso científico, em vez de criar na Terra o paraíso tecnológico sonhado pelos primeiros iluministas, acabou produzindo catástrofes naturais e humanas sem precedentes", por Patrick Pessoa, O Globo, SegundoCaderno.

 

"O espetáculo 'Galáxias I' é uma amostra do que será o teatro do futuro", por Ida Vicenzia, crítica teatral da AICT.

 

"Em 'Galáxias I' são múltiplos os estímulos à percepção e ousada a extensão de tocar 'tragédia contemporânea', numa encenação acionada como ponto de inflexão do que Tadeuz Kantor deflagra como máquina de vida e morte. O encenador se mostra coerente, maturado e inquieto no manejo de seus meios expressivos", por Macksen Luiz, crítico teatral e júri dos prêmios APTR, Cesgranrio e Shell.

Fundada pelo diretor Luiz Felipe Reis e pela atriz Julia Lund, a Polifônica Cia. (RJ) apresenta em 2018 o seu mais novo projeto teatral, “GALÁXIAS”. Com direção e dramaturgia de Luiz Felipe Reis, o espetáculo leva ao palco uma narrativa original que articula escritos inéditos do diretor com textos do celebrado escritor e ensaísta argentino J.P. Zooey.

Em cena, “GALÁXIAS” se desenvolve a partir de uma adaptação da obra “Los electrocutados”, de Zooey, e intercala trechos deste livro com fragmentos de outras duas obras deste autor, “Sol artificial” e “Florecieron los neones”. Assim, com esta iniciativa, a Polifônica Cia. leva aos palcos a primeira adaptação teatral já realizada para a obra literária de Zooey. 

— A obra de J.P. Zooey está em absoluta sintonia com as questões formais e temáticas elaboradas pela Cia. ao longo dos últimos anos. Trata-se de um autor que nos coloca diante de alguns dos maiores dilemas existenciais e civilizacionais que a humanidade enfrenta em meio a era de excessos em que vivemos. A partir da obra de Zooey, investigamos desde o impacto das ações humanas na Terra aos efeitos mais nocivos do capitalismo dentro dos nossos corpos e mentes — diz o diretor.

A junção dos textos do diretor com os do autor argentino se apresenta, no palco, como um experimento cênico e dramatúrgico heterogêneo, que mescla textos dramáticos e não dramáticos, concerto ao vivo, além de instalações de vídeo e de luz com o objetivo de investigar a crise existencial e civilizacional que a humanidade atravessa no contemporâneo, ao se ver diante dos efeitos das mudanças climáticas e das consequências do capitalismo.

No cerne deste projeto de dramaturgia e de encenação, portanto, há o objetivo de articular reflexões filosóficas com provocações sensoriais, estabelecendo possíveis elos causais entre os dois pontos temáticos do projeto: a fragilidade da vida humana em meio ao cosmos e os impactos das ações humanas no planeta Terra. 

— Vejo ‘GALÁXIAS I’ como uma tragédia, ao mesmo tempo antiga e contemporânea, acerca da fragilidade da vida humana diante das forças da Terra e do fluxo cósmico.

SINOPSE.

Ao mesclar referências da ficção científica, do realismo fantástico e dos TEDs de ciência e tecnologia, “GALÁXIAS” acompanha as investigações distópicas de um professor-pensador (Leo Wainer) que busca desvendar, através de uma série de cartas, palestras e vídeos, o enigma da existência da vida na Terra, assim como uma possível mensagem que o Sistema Solar teria a enviar a toda a Humanidade.

 

Em paralelo às buscas do Professor, há o cotidiano de dois irmãos, JP e Zooey (Ciro Sales e Julia Lund), que interagem com as descobertas desse pensador, refletem sobre as condições de vida no planeta e buscam, cada um ao seu modo, encontrar — ou inventar — sentidos que sustentem as suas próprias existências.

 

Em “GALÁXIAS”, portanto, acompanhamos as jornadas existenciais de um pensador solitário e também desses dois irmãos, vizinhos desse pensador, que buscam encontrar meios de sobreviver e de criar em um ambiente cada dia mais hostil.

 

— Eles vivem numa cidade em que a atmosfera se torna cada dia mais irrespirável, menos oxigenada, tanto pelos efeitos do desequilíbrio climático e dos excessos humanos, como pela ascensão de forças autoritárias que ameaçam as artes e que restringem o pensamento e as liberdades humanas — resume o diretor. — Em cena, o micro e o macro cosmos estão articulados e tensionados, impulsionando diálogos, fricções e ficções. Assim, por trás do que é aparentemente cotidiano, ou meramente humano, há uma conjunção de forças terrenas e cósmicas em ação. 

A CRÍTICA.

"Tanto para Stanley Kubrick, em “2001: Uma odisseia no espaço”, como para Luiz Felipe Reis, em “Galáxias I”, parece urgente compreender como o progresso científico, em vez de criar na Terra o paraíso tecnológico sonhado pelos primeiros iluministas, acabou produzindo catástrofes naturais e humanas sem precedentes. 'Galáxias' não fornece respostas, mas convida-nos a ouvir a voz das pessoas para quem o fim do mundo não é nenhum fim do mundo, para quem o fim do mundo é todo dia", por Patrick Pessoa, O Globo, SegundoCaderno.

“O espetáculo 'Galáxias I' é uma amostra do que será o teatro do futuro: direto, racional e hiperrealista. O atual texto em cartaz, encenado pela Polifônica Cia, de Luiz Felipe Reis, utiliza em cena recursos do mundo moderno (em matéria de linguagem técnica e artística), com projeções em vídeo, palcos dentro do palco, músicas (e músicos ao vivo) seguidos por um texto ligado ao que há de mais impactante em matéria de comunicação e visão do mundo. Destacamos, como grande momento teatral, o desnudamento espiritual da atriz Julia Lund, em seu monólogo-constatação sobre a capacidade negativa da humanidade de nossa época de poder modificar a vida no planeta Terra. 'Galáxias I' chegou para nos tirar do que costumamos chamar de 'zona de conforto' e fazer com que constatemos que estamos indo para 'a way of no return'. O texto mistura ciência e tecnologia em uma investigação distópica, mas que, às vezes é pura poesia", por Ida Vicenzia, crítica teatral da AICT.

"Em um dos ângulos do cenário de 'Galáxias I' está fixado o cartaz de 'A classe morta', criação de Tadeusz Kantor. Não é apenas um afiche na parede, mas indicador para muito que Luiz Felipe Reis quer propor com esta encenação, mescla de ensaio, reflexão, performance, instalação e drama apocalíptico, acionado como ponto de inflexão do que Kantor deflagra como máquina de vida e morte. O diretor desenhou roteiro cênico em que os elementos a que recorre (palavras projetadas, registros de imagens, seriação musical, iluminação crua do neón, atuação performática, simultaneidade de cenas reais a sua exibição) se acumulam num fluxo polifônico, como é da essência da companhia. São múltiplos os estímulos à percepção e ousada a extensão de tocar 'tragédia contemporânea', e o encenador se mostra coerente, maturado e inquieto no manejo de seus meios expressivos", por Macksen Luiz, crítico teatral e júri dos prêmios APTR, Cesgranrio e Shell.

"É o trabalho mais maduro e pessoal de Luiz Felipe Reis. Há raiva, dor e tristeza profunda em 'Galáxias I'. Mas a peça também está repleta de uma beleza cheia de vida, que segue implacável mesmo com tanta morte e desespero. Que a gente se apegue a ela com unhas e dentes. Precisamos de força agora. Neste momento em que nosso país afunda cada vez mais num lamaçal de burrice e estupidez, a arte — que parece algo descartável para nossos ressentidos comandantes e seus milhões de eleitores — se faz cada vez mais necessária e urgente. Vamos tirar coragem da desolação. Não percam 'Galáxias I', por Sérgio Luz, O Globo, RioShow

CONCEPÇÃO DO PROJETO.

“GALÁXIAS I” é uma nova etapa da pesquisa continuada da Polifônica Cia. acerca das noções de “polifonia cênica” e de “dramaturgias do antropoceno”. Nesta nova montagem, a Cia. aprofunda e amplia a investigação estética e temática iniciada com o experimento cênico-científico “Estamos indo embora...” (2015), espetáculo inaugural da Cia. e que foi indicado ao Prêmio Shell na categoria Inovação pela “multiplicidade de linguagens adotadas para abordar a ação do homem nas transformações climáticas”.

— Com “Galáxias I” a Cia. dá sequência a um projeto artístico iniciado em 2015 com o experimento cênico-científico “Estamos indo embora...”, que investigava causas e efeitos do desequilíbrio climático — diz Reis. — Agora, ampliamos e verticalizamos nossa investigação acerca da crise existencial, climática e civilizacional que a humanidade atravessa no contemporâneo. 

Mais do que investigar os impactos das ações do homo sapiens na forma e no funcionamento da Terra, “GALÁXIAS I” observa criticamente o modo como a humanidade, ao longo dos tempos, tem lidado com as condições de sua existência diante das forças da Terra e do Cosmos.

— De que modo a humanidade tem se relacionado e reagido às condições da sua existência em meio ao fluxo cósmico? De que modo respondemos à condição humana, no que se refere à fragilidade da vida, à ausência de controle ou domínio sobre a criação e a existência, ou à insignificância da vida humana diante das manifestações do cosmos? — pergunta o diretor. 

— Essa obra coloca essas e outras perguntas e, a partir daí, investiga o que está por trás de certas disposições humanas, ou seja, das nossas buscas por poder, controle e domínio. Que forças de fundo nos impulsionam em direção a tais buscas? Seriam gestos responsivos, reações aflitas e desesperadas à condição da vida humana em meio ao cosmos? E quais as consequências desse ethos humano, desse modo de existir, tanto para a vida que vivemos agora como também para o porvir da vida na Terra?

No centro deste novo projeto artístico, portanto, está uma investigação ontológica, que parte de uma série de indagações em torno do enigma da existência humana na Terra com o objetivo de alcançar reflexões sobre os impactos das ações humanas no planeta, sobre as atuais condições de existência e sobre os possíveis modos de existir no porvir. 

Como pano de fundo temático da narrativa de “GALÁXIAS I”, portanto, há a “crise climática e civilizacional que a humanidade atravessa, assim como o contínuo mal-estar da humanidade diante da sua condição perante o cosmos”, diz o diretor. 

Nesse sentido, “GALÁXIAS I” busca materializar em cena uma “tragédia contemporânea”, que deriva de uma “antiga má-relação do homem com o cosmos” e que culmina, nos dias atuais, na “acentuação desse trágico conflito entre a Humanidade e as forças da Terra”, diz o diretor: 

— Estamos diante de uma nova tragédia, autoral e autoinfligida: em sua busca por controle, poder e domínio sobre a vida e a Terra, a humanidade tem acentuado a sua vulnerabilidade e fragilidade, tornando a sua existência no agora e no porvir cada vez mais difícil e incerta — diz o diretor. — O que é novo não é a condição trágica da existência humana (o elemento humano sem controle ou autonomia sobre sua trajetória e destino). O que é singular, a meu ver, é que a condição trágica da existência humana tem sido potencializada em consequência dos atos humanos, por isso uma tragédia autoral e autoinfligida.

POLIFONIA CÊNICA.

Já sob o ponto de vista formal, o projeto se baseia numa pesquisa estética sobre o conceito de “polifonia cênica”, que busca estabelecer uma relação não hierárquica entre diferentes formas de arte na constituição do fazer teatral. Assim, “GALÁXIAS I” se desenvolve, em cena, como um experimento cênico heterogêneo, que mescla textos dramáticos e não dramáticos, concerto ao vivo e instalação de vídeo e de luz.

SOBRE A POLIFÔNICA CIA.

 

Fundada em 2014, a Polifônica Cia. desenvolve uma pesquisa estética e temática acerca das noções de “polifonia cênica” e de “dramaturgias do antropoceno”.

 

Em 2015, a Cia. foi indicada ao Prêmio Shell 2015 na categoria Inovação com o experimento cênico-científico “Estamos indo embora...”, pela “multiplicidade de linguagens artísticas adotadas para abordar a ação do homem nas transformações climáticas”.

 

Em 2016, a Polifônica recebeu uma série de indicações pela criação do projeto “Amor em dois atos”, que reuniu em uma mesma encenação duas obras do dramaturgo francês Pascal Rambert, “O começo do a.” e “Encerramento do amor”.

 

Em 2018, a Cia. apresentou o seu novo trabalho, “GALÁXIAS I”, que articula textos do diretor com fragmentos da obra literária do escritor argentino, J. P. Zooey.

SOBRE J. P. ZOOEY.

Escritor argentino, J. P. Zooey é um pseudônimo que se tornou um dos maiores mistérios da literatura contemporânea da América Latina e um dos nomes mais celebrados da cena literária argentina. Em seus livros o autor subverte as convenções da investigação científica para borrar as fronteiras entre razão e delírio, ciência e imaginação, a fim de refletir sobre as mais diversas utopias e distopias, tanto ancestrais como contemporâneas. 

Da sua obra se destacam os livros “Sol artificial”, “Os eletrocutados” e “Floresceram os neons”. 

“O livro ‘Sol artificial’ é um misto de literatura de ideias em tom apocalíptico de revista científica e humor lírico digno de Kurt Vonnegut. ‘Los electrocutados’, o seu segundo livro, é ainda melhor” (Joca Reiners Terron)

 

 

EQUIPE DE CRIAÇÃO.

Direção e dramaturgia: Luiz Felipe Reis
Codireção: Fernanda Bond
Atuação: Ciro Sales, Julia Lund e Leo Wainer
Textos originais: J. P. Zooey (cenas inspiradas nas obras “Sol artificial”, “Os eletrocutados” e “Floresceram os neons”) e Luiz Felipe Reis.
Colaboração dramatúrgica: Ciro Sales, Fernanda Bond e Julia Lund
Tradução e adaptação dos originais de J. P. Zooey: Luiz Felipe Reis
Tradução adicional: Lucas van Hombeeck
Cenário: Julio Parente e Luiz Felipe Reis
Projeções e luz: Corja e Leandro Barreto
Composição e direção musical: Pedro Sodré
Produção musical e banda: Pedro Sodré, Rogério da Costa Jr. e Rudah
Figurino: Luiza Mitidieri
Design gráfico e desenhos do cenário: Bruno Drolshagen
Colaboração em vídeo: Gabriela Gaia Meirelles e Frederico Santiago
Operação de luz e vídeo: Bruna Werneck
Operação de som e efeitos: Luiz Felipe Silva
Produção de arte e mídias sociais: Luli Carvalho
Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany
Registro videográfico da peça: Chamon Audiovisual
Fotografia: Leo Aversa
Hair stylist: Neandro
Make: Fernanda Costa
Cenotécnico: Neném
Contrarregra: Alessandro Zoe

 

Idealização e coprodução: Polifônica Cia.

Coprodução: Pitoresca Produções Artísticas
Direção de produção: Sérgio Saboya
Produção executiva: Carin Louro
Correalização: Galpão Gamboa.

 

 

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